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"A verdadeira sabedoria para vivermos neste planeta, consiste em percebermos que este é um grande e frágil ser vivo, se pensarmos em relação a vastidão do Cosmos.

Cada planta e animal, faz parte de um complexo sistema de inter-relações onde a mais frágil das criaturas tem o seu papel para manter o equilíbrio e a vida na Terra.

Quando entendemos e assimilamos esta realidade para nossas vidas, tudo se torna compreensível, belo e sua interação com a natureza é plena."

24 de setembro de 2020

NATUREZA




A NATUREZA COMO UM SER PURO
 A natureza expressa o estado de espírito puro e harmonioso que almejamos na meditação. O processo de nos aceitarmos como somos na natureza nos deixa conscientes da progressão simples presente em todas as formas de vida em nosso planeta: nascimento, morte, regeneração. Essa consciência traz com ela um sentimento profundo de conexão espiritual. Diante da constatação de que todas as coisas vivas são uma expressão do espírito, dissipam-se as dualidades do bem e do mal, da razão e da emoção, que o filósofo do século XVIII Jean - Jacques Rousseau considerava o resultado do desenvolvimento da humanidade desde a condição de "bom selvagem" até a de ser humano "civilizado".
Quando olhamos a natureza de uma perspectiva mais ampla vemos um vasto sistema interativo que viabiliza a preservação da vida em todas as suas formas - um grande drama representado pela chuva e pelo sol irradiando energia de crescimento, pelo vento dispersando sementes e por predadores assegurando o equilíbrio natural entre as espécies animais. A teoria de Gaia, proposta por James Lovelock nos anos 60, vê a Terra como um organismo "inteligente", que regula e sustenta a si mesmo e reajusta-se constantemente para manter o equilíbrio necessário à sobrevivência. Assim como cada célula do corpo tem uma finalidade específica na manutenção da saúde, funcionando em conjunto para criar um todo intrincado e coerente, cada componente da natureza contribui para o bom funcionamento de todo o organismo, na complexa teia da vida. Nós mesmos somos parte dessa teia e para ver isso basta confiar, em vez de temer, os nossos ciclos de vida e morte.
A natureza não é apenas um ser puro. Da beleza natural nós tiramos inspiração e alimento interior. Em caso extremo isso acaba por se transformar num assombro que nos convence da riqueza da vida e do seu valor espiritual. Um sentimento de integridade e perfeição nos eleva, fazendo brotar em nós um senso de comunhão com a força criativa que dá vida a todas essas numerosas formas e existe dentro de cada uma delas. Entrando em sintonia com esse sentimento, nós nos afastamos do nosso eu cotidiano, tornando-nos não meras testemunhas ou participantes, mas algo muito mais significativo - uma espécie de depositário de beleza, de significado e de alegria.
O sentimento de alegria, embora requeira meditação profunda para despertar plenamente, pode surgir de maneira mais diluída quando contemplamos a natureza externamente, em várias atividades. Caminhar na cidade ou no campo, nadar, escalar montanhas ou simplesmente sentir o sopro da brisa na pele, tudo isso desperta e aguça os nossos sentidos e ajuda a afastar da mente os problemas e distrações do dia a dia e as suas desconfortáveis exigências: desempenhar um papel, travar lutas pelo poder, demonstrar assertividade e tomar parte da competição de egos. O ato de se sentar em silêncio para contemplar um cenário ou detalhe da natureza nos permite entrar no mundo selvagem, transcender as formas externas rumo à unidade e à universalidade, conhecer a simplicidade da inteligência pura que subjaz às formas e compreender a infinidade.

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